Era uma vez um elefantinho chamado Helis, que nasceu em uma floresta tranquila, mas foi levado ainda pequeno para a terra dos macacos. Os macacos, ao verem o tamanho e a força do elefantinho, decidiram que ele seria perfeito para carregar as frutas e objetos pesados que eles não conseguiam levantar. Helis cresceu ouvindo que ele era feio e burro, pois os macacos sempre se gabavam de serem muito inteligentes e ágeis, habilidades que Helis não tinha.
Além disso, os macacos faziam muito barulho o tempo todo, gritando, rindo e discutindo entre si. Eles adoravam pregar peças uns nos outros e, principalmente, em Helis. Muitas vezes, enganavam o elefantinho, fazendo-o trabalhar ainda mais enquanto riam de suas costas. Helis, inocente e esforçado, acreditava nas palavras dos macacos e fazia tudo o que pediam.
Helis se esforçava para agradar. Tentava subir em árvores como os macacos, mas suas pernas grossas e pesadas não o ajudavam. Tentava ser rápido, mas tropeçava com frequência. Por isso, ele acreditava nas palavras dos macacos: talvez ele fosse mesmo burro e desajeitado. Eles riam de sua tromba, dizendo que era estranha e inútil. Helis começou a sentir vergonha de si mesmo, sem entender por que era tão diferente.
Um dia, enquanto trabalhava duro carregando um grande cacho de bananas, Helis parou para descansar ao lado de um lago. Ele olhou para a água e, pela primeira vez, viu seu reflexo com atenção. A imagem era clara: ele não tinha nada a ver com os macacos. Ele era muito maior, sua pele era cinza e grossa, suas orelhas enormes e sua tromba longa e forte. Helis ficou surpreso e pensou: “Eu não sou um macaco. Nunca fui.” Nesse momento, tudo fez sentido: a razão pela qual ele não conseguia se adaptar à terra dos macacos era simples – ele não pertencia àquele lugar.
Com o coração cheio de coragem e uma nova compreensão de si mesmo, Helis decidiu fugir. Naquela mesma noite, sob a luz da lua, ele caminhou para longe da terra dos macacos. Ele não sabia para onde estava indo, mas algo dentro dele dizia que havia um lugar ao qual ele realmente pertencia.
Depois de dias vagando pela floresta, Helis ouviu um som profundo e ritmado que fez seu coração acelerar. Ele seguiu o som e, para sua surpresa, encontrou uma grande manada de elefantes. Eles eram enormes como ele, com trombas longas e orelhas grandes. Quando os elefantes o viram, abriram caminho e o acolheram com alegria. Helis finalmente sentiu que estava em casa.
Naquela manada, ele descobriu que sua tromba era incrivelmente útil, ajudando a buscar água, pegar frutas e brincar com os outros elefantes. Ele percebeu que sua força era admirada e que ele não era burro nem feio. Ele apenas estava no lugar errado durante todo esse tempo.
A partir daquele dia, Helis viveu feliz entre os seus, aprendendo a valorizar quem ele era e entendendo que todos têm seu próprio lugar no mundo. Ele nunca mais se sentiu pequeno ou envergonhado, pois agora sabia que não era o problema – ele apenas precisava encontrar onde realmente pertencia.